terça-feira, 16 de junho de 2009

Paulo Cézar Caju - 60 anos

Hoje é dia 16 de junho. Um dia importante para o futebol. Foi neste dia que, em 1950, foi inaugurado o Estádio do Maracanã, "o maior do mundo". Entretanto, num outro dia 16 de junho, em 1949, também nascia Paulo Cézar Lima, ou como queiram, Paulo Cézar Caju, campeão mundial de futebol pela Seleção Brasileira, em 1970, no México. O apelido "Caju" pegou em função da tinta que gostava de aplicar nos cabelos.

Paulo Cézar Caju foi um dos mais extraordinários jogadores de todos os tempos do futebol brasileiro. Um dos jogadores mais técnicos e de rara habilidade do nosso. Contestador, polêmico, inteligente, sempre muito bem relacionado, Paulo Cézar Caju fez história no futebol e pelos clubes por onde passou, incluindo o Fluminense Fooball Club.

Paulo Cézar Caju começou sua carreira no Botafogo Futebol e Regatas, onde sagrou-se bicampeão da Taça Guanabara e bicampeão carioca em 1967 e 1968. E ainda seria campeão da Taça Brasil de 1968, pelo Botafogo. Na final da Taça Guanabara, em 1967, na vitória sobre o América, por 3 a 2, em que o Botafogo sagrou-se campeão, Paulo Cézar Caju marcou os três gols da vitória.

Durante o campeonato carioca de 1971, Paulo Cézar Lima, em pleno andamento do primeiro turno, posou com a "faixa de campeão" na revista Placar nº 58. Sobre o campeonato carioca e a final de 1971, contra o Fluminense, o então alvinegro Paulo Cézar, relata: "Fizemos um belo campeonato carioca, chegando a colocar seis pontos no segundo colocado, que era o Fluminense de Zagalo. Fomos capengando, perdendo pontos importantes, até a final contra o Fluminense. Jogávamos pelo empate e, faltando alguns minutos para o jogo terminar, quando a torcida do Botafogo começava a gritar 'É campeão!', a bola foi alçada para a nossa área depois de um córner. O goleiro Ubirajara deveria ter socado a bola para longe, 'mas errou', tentou segurar e... GOL DO LULA!!!" "FLUMINENSE CAMPEÃO!!!"


Depois, Paulo Cézar Caju passaria pelo Clube de Regatas do Flamengo, onde foi campeão da Taça Guanabara e campeão carioca de 1972. Em 1973, Paulo Cézar seria novamente campeão da Taça Guanabara, pelo Flamengo, mas perderia a final do campeonato carioca, para o Fluminense de Manfrini, por 4 a 2.

Em 1975, Paulo Cézar encontrava-se na França, jogando no Olympique de Marseille, quando
pintaram as férias. O Fluminense disputava um torneio em Nice, no sul da França, a uma hora e meia de Marseille e, como sentia saudades do Brasil, Paulo Cézar aceitou o convite de alguns amigos para ver o time tricolor jogar. Deu sorte! Conheceu o Drº. Francisco Horta, então presidente do Fluminense Football Club. Ficaram amigos e começaram a tratar da possível transferência para o Fluminense. Francisco Horta estava montando um "timaço" - ele tinha comprado Rivelino - e a proposta balançou Paulo Cézar. Caju pediu um tempo. Conversou com amigos em quem confiava antes de tomar a decisão. No final, o grande orador Francisco Horta convenceu Paulo Cézar Caju a voltar para o Brasil e não demorou para a assinatura do contrato. Quando o presidente Francisco Horta foi buscá-lo na França, sua volta foi muito questionada por todos. Paulo Cézar voltou para o futebol brasileiro desacreditado.

O Fluminense do Drº. Horta, armou um time cheio de craques com nível de Seleção Brasileira. Nele estavam Renato, Carlos Alberto Torres, Miguel, Edinho, Rodriguez Neto, Carlos Alberto "Pintinho" e um meio campo mágico, Paulo Cézar Caju e Roberto Rivelino. Na frente, "Búfalo" Gil e os saudosos Narciso Horácio Doval e Dirceu "Formiguinha". Paulo Cézar no Fluminense foi campeão da Taça Guanabara, em 1975, campeão do Torneio O'Higgins (Chile), em 1976, campeão do Torneio de Paris, em 1976 e bicampeão carioca, 1975-1976.

Segundo o próprio relato de Paulo Cézar Caju: "O Fluminense tem a tradição de ser um time de aristocracia, e me dei bem por lá. Tive muito sucesso no Fluminense conhecido como 'A Máquina Tricolor'. Foi um time que combinou comigo. Um time onde os problemas eram resolvidos dentro do clube e não vinham à tona. Não tinha tanta gente dando palpite. E foi o primeiro clube a investir na organização administrativa e em políticas de relações humanas, de marketing e comunicação. Depois, o São Paulo copiou seu modelo e, em seguida, o Grêmio de Porto Alegre. Durante o período em que fiz parte da chamada 'Máquina Tricolor' a excepcional equipe montada pelo Fluminense, meu futebol teve a oportunidade de brilhar muitas vezes no Brasil e fora dele".

Paulo Cézar mostrou muita maturidade no Fluminense. Não existia mais o vedetismo. O jogador estava mais responsável e trouxe qualidade e refinamento ao meio-campo tricolor, passando a ser o "maestro" do time, junto com Rivelino. Paulo Cézar Caju marcou 16 gols, em seus 85 jogos pelo Fluminense Football Club. "PARABÉNS" Paulo Cézar Lima, o nosso querido "PAULO CÉZAR CAJU", pelos seus "60 ANOS". A torcida do Fluminense, jamais esquecerá aquela sua cobrança de tiro indireto pela ponta esquerda, fazendo a bola cruzar a pequena área vascaína e cair na cabeça do Pintinho, que tocou de novo para a pequena área. O argentino Doval pulou mais que Abel e marcou, também de cabeça, o gol histórico, "O GOL DO BICAMPEONATO"! E também não esquecemos aquela música que dizia: "É covardia, é covardia, é Paulo Cézar, Rivelino e companhia"!

Saudações Tricolores

Um comentário:

  1. É sempre um prazer conhecer mais da história do nosso Fluminense!!

    Eduardo, quando eu morava em Campina Grande, o Fluminense disputou uma partida pelo Brasileiro. Salvo engano, o ano era 1975 ou 1976. Durante o treino, acho que no campo do Quartel da PM de Campina, Paulo César Caju empurrou um gandula que o teria xingado. Confusão geral e o Caju foi parar na delegacia, sendo liberado algumas horas depois. No outro dia, entrou com o gandula como mascote.

    Você soube deste fato? Tem alguma literatura a respeito?

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