quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Votarei pelo Fluminense!

No jogo do Fluminense com o Coritiba, no dia 25 de outubro, durante o intervalo, um bom amigo da Flusócio veio me perguntar como eu votaria na Assembleia Geral. Se eu votaria “SIM” ou “NÃO”. E eu lhe disse que a Assembleia Geral só seria realizada no ano que vem. E que não era uma questão de sim ou não. Escolheríamos os nomes dos candidatos para presidente do Flu que fossem apresentados no futuro.
Contudo, para minha grande surpresa, meu bom amigo me informava que eu estava enganado, e que votaríamos no próximo dia “10 DE NOVEMBRO” para aprovar ou não o projeto Sócio-Futebol do presidente Peter Siemsen. No momento que meu bom amigo, me passava estas informações, eu pensava com as minhas sandálias da humildade: “Pra esse aí estar sabendo disso, pelo visto o grupo todo está bem mobilizado internamente já faz algum tempo”.
Talvez, meu bom amigo não soubesse, por conversarmos quase sempre sobre o Fluminense, mas sou um libertário e possuo um histórico de lutas democráticas e populares ao longo da minha vida. E lutas intensas.
Já deitei em frente de Usina Nuclear. Já levei porrada da PM em lutas sindicais. Já fui demitido do (extinto) Banco Nacional por participar de piquetes (nos tempos do arrocho salarial do governo Sarney). Já fundei partido político preocupado com o “futuro da humanidade e do Planeta Terra”. Já participei de Associações de Moradores por acreditar no poder local. Já paralisei escolas em mobilizações de professores. Já fui expulso (“orgulhosamente”) de partido político por não compactuar com “LADRÕES DO FUNDO PARTIDÁRIO” (dinheiro público). E já fiz uma série de outras coisas. Até já tive alguns confrontos com torcidas organizadas rivais (sempre no intuito da legítima defesa) nos meus tempos da querida Torcida Tijunense. Mas isso (confronto com ‘organizadas’) já faz muito tempo.
Portanto, sempre estarei ao lado das grandes causas. Logicamente, as causas pelas quais eu acredito, pois não sou o dono da verdade. Apenas tenho as minhas. E como diria um líder político argentino: “Muitos me chamarão de aventureiro e o sou. Só que de um tipo diferente: dos que entregam a pele para provar suas verdades”.
Isso tudo, desde a redemocratização brasileira no início da década de 1980. Participei ativamente de todas as grandes lutas sociais e políticas da minha geração. E continuo participando e sempre participarei de todas as grandes lutas.
Tive o prazer de estar presente na maior manifestação política já realizada na história do Brasil. Já no final de 1983, comecei a participar de tímidas manifestações pelas “ELEIÇÕES DIRETAS PARA PRESIDENTE DO BRASIL”. O movimento foi crescendo lentamente. No dia 10 de abril de 1984, chegando por volta das 10h, eu ocupava o meu espaço na rua para o grande comício das “DIRETAS JÁ!” realizado na Candelária e tomando toda Avenida Presidente Vargas. Uma cena inesquecível!
Um dia destes, assistindo um documentário sobre o tema, observei um lindo bandeirão “verde, vermelho e branco” da torcida organizada “FORÇA FLU” no comício das “DIRETAS JÁ!” E tive muito orgulho de ver a bandeira da nossa querida “FORÇA FLU”. O presidente da torcida “FORÇA FLU” na época era o tricolor Antonio Gonzalez.
Foram estimadas cerca de 1 milhão e 500 mil pessoas. Uma emoção indescritível. Com toda certeza, um dos maiores momentos de toda a minha vida. Como esquecer? Jamais! Como diria o poeta baiano: "A PRAÇA É DO POVO, COMO O CÉU É DO CONDOR!" Bons tempos! O governo militar agonizava. Mas infelizmente, no dia 25 de abril de 1984 a Emenda Dante de Oliveira foi rejeitada no Congresso Nacional. Foi uma violenta paulada na cabeça. O povo brasileiro só teria direito de votar para presidente da República em 1989.
 De lá pra cá, tive uma intensa participação em movimentos sociais, políticos, culturais e ambientais. Sempre me posicionei defendendo todas as minorias. Negros, mulheres, indígenas e todas as outras sem nenhum tipo de discriminação ou preconceito. Sempre defendendo os direitos individuais, a democracia social e política, a educação, a paz e toda uma série de causas eticamente nobres. Como diz o slogan do Fórum Social Mundial: “UM OUTRO MUNDO É POSSÍVEL”.
Ao longo deste tempo, tive como ‘mestres’ alguns dos protagonistas da resistência armada e democrática de nosso país, num dos momentos mais duros e violentos de nossa história. E sempre tive a necessária humildade de aprender muito com eles, que com as suas experiências tinham muito para me ensinar. Portanto, por mais respeito e carinho que eu tenha por meu bom amigo tricolor, tem certas “perguntas que não merecem respostas”. Mas tudo bem, eu insisto em ser humilde. E devo sempre ser gentil com todos. E principalmente com um bom amigo.
Entretanto, creio que não seja eu a pessoa que tenha que dar explicações. Contemplar a curiosidade (quase juvenil) de um amigo na obtenção de um ‘sim’ ou ‘não’ vindo da minha pessoa é algo ‘muito pequeno’ que não fará o processo político tricolor avançar. Quando na verdade existem coisas muito mais importantes para serem debatidas e refletidas. E não sou eu quem tem que dar as respostas. E antes de qualquer coisa é preciso que façamos várias reflexões.
 Em outro dia, encontrei outro bom amigo da Flusócio que me fazia a mesma pergunta. A pergunta era sobre o meu voto: SIM ou NÃO? Para a surpresa do meu segundo amigo, eu lhe disse que não via problema no Sócio-Futebol votar em 2013. E não entendia o RECUO do presidente Peter Siemsen nesta sua proposição inicial. Pois esta era a sua proposta inicial.
Então, eu é que perguntava ao meu amigo por qual motivo o presidente do Fluminense havia recuado em sua proposta inicial??? Será que o presidente Peter Siemsen não confiava na sua proposta inicial??? Será que o presidente Peter Siemsen fez o jogo das chamadas ‘forças conservadoras’, de que tanto falam os ‘ditos progressistas’??? E o famoso “capote” (termo usado pela larga margem de votos obtida na eleição de 2010) servia pra quê??? Para fazer concessões às chamadas ‘forças conservadoras’??? Ou apenas para os ‘ditos progressistas’ provocarem os vencidos da última eleição???
Vale lembrar – e é de fundamental importância a lembrança – que todas as forças políticas do Clube, excluindo-se a Chapa Transforma Flu e o grupo político Pavilhão Tricolor, apoiaram o atual presidente Peter Siemsen na última eleição. E continuam apoiando o presidente em sua gestão. O que nos faz constatar que, grande parte das chamadas ‘forças conservadoras’ integram a base aliada do atual presidente. Então, o presidente não possui o comando de sua base aliada??? Ou a sua base aliada não é tão aliada assim como deveria ser??? Será a base aliada do presidente o velho ‘Centrão do Sarney’??? Como alguém que se apoia em uma base aliada dita como conservadora pode querer intitular-se ‘revolucionário’ como querem alguns correligionários do presidente??? Será o tal ‘arroubo juvenil’??? Tudo bem. É compreensível!
Outro ponto discutível no projeto sobre o Sócio-Futebol é a questão do “VOTO”. O Sócio-Futebol terá o direito de “PODER VOTAR” para presidente do Fluminense. O que legítimo. No entanto, o Sócio-Futebol “NÃO PODERÁ SER VOTADO” para o Conselho Deliberativo. O Brasil é um país com cerca de 193 milhões de habitantes. Destes, 130 milhões estão aptos para “VOTAR”. No Brasil, atualmente, os “ANALFABETOS” tem a opção de “VOTAR”. Contudo, “OS ANALFABETOS NÃO PODEM SER VOTADOS”. 
Segundo dados do IBGE de 2010, o Brasil tem 14,1 milhões “ANALFABETOS”, o que representa cerca de 9,7% da população do país. Será que entre estes “ANALFABETOS” existem “TRICOLORES”??? Será mesmo que não existem “TRICOLORES” entre os 14,1 milhões de “ANALFABETOS” do nosso país??? Esta é uma dúvida.
Será que o presidente Peter Siemsen ao “VETAR O DIREITO DE SER VOTADO” ao Sócio-Futebol está equiparando-os aos “ANALFABETOS"??? Acredito que não. Espero que não. Contudo, fica difícil compreender o motivo pelo qual o Sócio-Futebol “PODERÁ VOTAR”, mas “NÃO PODERÁ SER VOTADO”. Essa, com todo respeito, não desce, não dá pra engolir. “ISSO NÃO É PERPETUAÇÃO DE FEUDO, NÃO???
Está bom, vou fingir que acredito. Não quero atrapalhar a felicidade de ninguém. Muito menos ‘cortar a onda’ revolucionária de ninguém, pois alguns tricolores parecem estar mais preocupados em ‘reinventar a roda’ do que manter alguma coerência. Se o Sócio-Futebol “PODE VOTAR”, por qual motivo “NÃO PODERÁ SER VOTADO”??? Quer dizer que o Sócio-Futebol só pode “DAR PODER”, mas “NÃO PODE TER PODER”???
Ah, desculpem-me, tinha esquecido que o presidente RECUOU nisso também e fez algumas concessões. Beleza! É compreensível.  Faz parte do jogo de negociações. Portanto, não me venham com esse papo furado de ‘revolução’. Revolucionário não faz concessão! Quanto mais concessão esdrúxula. Se os “TRICOLORES” que se associarão ao Clube podem “VOTAR” porque “NÃO PODEM SER VOTADOS”??? A única resposta pra isso é que o presidente Peter Siemsen neste ponto, “ESTÁ FAZENDO O JOGUINHO POLÍTICO” que seus correligionários “DITOS PROGRESSISTAS” tanto ‘dizem condenar’. Ou seja, fazendo o joguinho daqueles que tanto gostam de chamar de ‘forças conservadoras’. Mas, só pra lembrar novamente: “O PRESIDENTE PETER SIEMSEN FOI ELEITO COM QUEM??? Sozinho??? Então, em 2010, muitos que hoje são chamados de ‘forças conservadoras’ eram naquela eleição ‘ditos progressistas’???
Antes de qualquer coisa, ninguém precisa me vaiar ou me xingar pelas minhas colocações. Apenas estou fazendo algumas respeitosas reflexões. Nada mais. E estarei lá no Clube no dia 10. Sim. É claro. Votarei pelo Fluminense!



2 comentários:

  1. EU VOTO SIM.

    Luciano Pimenta
    Sócio Proprietário N° 120883

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  2. Eu concordo que o sócio-futebol não pode ser votado. Esse tipo de sócio tem interesses diferentes. Ele não está interessado no que passa na parte social e olímpica do clube, até por que ele não tem acesso a essas áreas.Então como essa pessoa pode ser votado para um cargo no clube?? Quem quer ser votado precisa estar alinhado com o clube como um todo.

    ST

    Eu voto SIM!

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