domingo, 27 de abril de 2014

VOTO PELA REJEIÇÃO DAS CONTAS

VOTO EM SEPARADO DO CONSELHEIRO FISCAL HUMBERTO DE MENEZES 

Rio de Janeiro, 14 de Abril de 2014
Ilmº/Sr. Pedro Abad
M. D. Presidente do Conselho Fiscal do Fluminense Football Club 


VOTO EM SEPARADO 
BALANÇO PATRIMONIAL DE 2013


Sr. Presidente,

Em análise ao parecer apresentado por este conselho, devo informar que vou divergir do voto da maioria e opinar pela REJEIÇÃO das contas de 2013, por entender não ser possível opinar pela aprovação, haja vista não ter recebido todo o material contábil e as rubricas abertas, que entendo como necessárias para uma análise séria e comprometida com o Fluminense e sua grandeza.

A situação financeira vivida pelo clube em 2013 foi gravíssima, diante dos problemas enfrentados tais como penhoras das receitas pela PGFN que geraram atrasos nos salários de funcionários e jogadores, além do aumento do passivo e do desastroso resultado esportivo (que reflete diretamente nas finanças do clube) e que por uma sorte do destino não nos levou de volta a série B. 

Estou convicto que as contas do clube deveriam ser minuciosamente auditadas por uma empresa RENOMADA no mercado e a MAZARS AUDITORES INDEPENDENTES não se encontra nesta condição. No meu entender, para que o CF pudesse dar um parecer quanto à aprovação ou rejeição das contas, seria necessário e imperioso se basear num parecer de uma auditoria TOP e compatível com a grandeza do Fluminense e de nossas tradições e de relatórios contábeis emitidos e assinados pela contabilidade do clube. 

Também entendo que o Conselho Fiscal poderia e deveria ter exigido desta auditoria MAZARS, uma varredura minuciosa nas rubricas emitindo notas explicativas, observando os pontos mais críticos e que causam imensa preocupação a todos nós sócios e conselheiros, tais como os recolhimentos dos impostos correntes, pela gravidade do não pagamento; o realizado relativo ao pagamento das famigeradas PJs; despesas de viagens com exceção do Futebol, e com ênfase nos caronas, que não são poucos; benécias as torcidas organizadas tão divulgadas pela imprensa, gasto com o programa sócio futebol que até agora não decolou e pouco se fala, e demais despesas que sangram duramente as finanças do clube. 

Assim, a meu ver só com um parecer consistente emitido por uma auditoria realmente independente, e com um detalhado relatório gerencial comparativo entre o orçado e o realizado, apresentando as rubricas individualizadas e abertas, é possível, emitir um parecer responsável, em prol do Fluminense e não da gestão. Desta forma, entendo que não é possível analisar as contas do clube se o tratamento dispensado pelo conselho diretor quanto ao assunto é de CAIXA PRETA. 

Também não posso deixar de mencionar a única ressalva do pobre e inconsistente parecer da auditoria independente MAZARS, e que não foi atendido nem explicado pelo conselho diretor, que diz: "O CLUBE NÃO DIVULGOU O TOTAL DE ATLETAS VINCULADOS CONTEMPLANDO O PERCENTUAL DE DIREITO ECONÔMICO INDIVIDUAL DE CADA ATLETA CONFORME DETERMINADO PELA RESOLUÇÃO Nº 1429/2013 DO CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE - CFC." 

Na última reunião do conselho deliberativo, o tesoureiro Fábio Dib e representante do Presidente Peter Siemsen naquela reunião, informou que este traria a discussão para o conselho e assim explicaria o porque da decisão de NÃO DIVULGAR o total de atletas vinculados contemplando o percentual econômico de cada um deles, atendendo a referida resolução do CFC. Todos sabem que foi por este motivo que a reunião foi adiada pelo presidente do conselho deliberativo e remarcada, dada a importância do assunto. Ora, se o conselho fiscal não sabe quem são os atletas vinculados ao clube nem seus percentuais, como posso fiscalizar o balanço apresentado no que diz respeito ao patrimônio sem essa informação? Devo apenas acreditar no que dizem ou em valores absolutos apresentados que sequer são oriundos da contabilidade do clube ou assinado pelo seu contador (a) ? O que recebemos foi um relatório emitido pelo financeiro do clube com o respaldo do Vice Presidente de Finanças e em planilha POWER POINT. Será isso que o clube, os conselheiros e seus sócios esperam de membros que foram eleitos para o conselho que fiscaliza os atos do presidente e de sua gestão? 

Discordo também do parecer, no sentido de exaltar a elevação das receitas orçadas na ordem de R$ 100.376 mil e tiveram resultado de R$ 116.588 mil, apresentando um superávit de R$ 16.212 mil, o que na minha opinião, não representa muito porque o clube em seu orçamento, como foi feito neste ano, não potencializa os valores de previsão para venda de jogadores, prevendo apenas as receitas conhecidas, onde qualquer negociação (que sempre acontece) ajuda no seu resultado perante o orçamento aprovado. É necessário ressaltar que só nesse exercício, com transferência de direitos federativos de jogadores, tivemos uma receita na ordem de R$ 14.357 mil, muito acima do que foi orçado, óbvio que assim aparece o resultado, mas como todos se lembram do que foi dito pelo Vice Financeiro: "O ORÇAMENTO DA RECEITA É CONSERVADOR", agora sabemos o motivo, assim, mais fácil fica apresentar aumento na receita para justificar os gastos em algumas rubricas, dentre elas as PJs.

Também, a redução do passivo exigível foi insignificante e na ordem de 1,05% se comparamos com o aumento real da receita, e mais, isso não está explicado de forma clara e aberta pelo conselho diretor, quando do envio do balanço patrimonial e de suas notas explicativas, onde, há meu ver, seria imprescindível informar ao CF, como e onde foram usados esses recursos obtidos com este superávit e de forma mais clara, uma vez que a redução apresentada não corresponde ou se equivale ao superávit da receita. 

Por fim, entendo que à aprovação das contas nos moldes que me foram apresentadas NÃO é a melhor opção para o Fluminense, pois diante das dificuldades que enfrentamos e das muitas que ainda virão, ou esta gestão chama todos ao debate e os convida a participar efetivamente das decisões do clube com transparência nos seus atos, ou estamos fadados a um curto espaço de tempo inviabilizar esta instituição centenária, que escreveu momentos impostantes na história do esporte brasileiro, e que é a grande paixão esportiva de nossas vidas. 

É imperiosa uma análise comprometida e séria quando se trata de cada centavo gasto pelo Fluminense, precisamos lembrar sempre que chegamos a esta dívida monstruosa por conta da omissão daqueles que passaram por aqui em gestões anteriores, e que agora estamos pagando caro por isso. 

Reflexão é a palavra de ordem e responsabilidade do voto responsável neste conselho é obrigação de cada um, pois é isso que espera o Fluminense Football Club, seus sócios e sua imensa torcida.

Assim, opino pela REJEIÇÃO DAS CONTAS, nos moldes que me foram apresentadas.


HUMBERTO DOS SANTOS MENEZES FILHO 
Membro do Conselho Fiscal"       

sexta-feira, 25 de abril de 2014

25 de Abril SEMPRE!

Grândola, Vila Morena (Zeca Afonso)


Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade

Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena

Em cada esquina um amigo
Em cada rosto, igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade

Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto, igualdade
O povo é quem mais ordena

À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira 
Grândola, a tua vontade

Grândola, a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade


A senha

Capitães de Abril

Grândola, Vila Morena

José Saramago

ABAIXO OS FASCISTAS!!!

VIVA PORTUGAL!!!

domingo, 20 de abril de 2014

Uma "loucura genial" de Luciano do Valle

É com profunda tristeza que o Brasil recebeu na tarde deste sábado de aleluia, dia 19 de abril, a notícia da morte do jornalista Luciano do Valle. Luciano, de 66 anos, tinha uma voz inconfundível. E com sua extrema vibração proporcionava grande emoção ao enorme público que acompanhou suas narrações durante décadas.

Luciano do Valle marcou várias gerações de brasileiros com um estilo único. Empreendedor, Luciano incentivou e impulsionou diversos esportes em nosso país. Mas soube como ninguém - acima de tudo -, manter a fidelidade e o amor ao esporte. Quanta emoção ele foi capaz de nos proporcionar narrando um grande gol do nosso time do coração? Que honra! Quanta sensibilidade.

Poderíamos destacar inúmeras passagens da vida esportiva de Luciano do Valle. Sua trajetória possibilita a profusão de vários livros e documentários. Mas um episódio, destaco como de extrema significância na vida de Luciano do Valle: o jogo de vôlei entre  Brasil e URSS, em 1983.

Meu destaque não se vale apenas pelo fato de ter acreditado na "loucura genial" do Luciano e ter comparecido ao jogo. Sempre tive muito orgulho de ter assistido este jogo de vôlei no estádio Mário Filho, o célebre palco do nosso futebol. Mas o destaque vale pelo aspecto visionário de Luciano do Valle, o grande mentor da partida de vôlei de maior público do mundo. Reuniu as duas melhores equipes de vôlei do mundo naquele momento. Simplesmente, fantástico e emocionante!

Estar entre as 100 mil pessoas presentes num jogo de vôlei, no Maracanã, em 1983, era ter a plena convicção de que "o Brasil tem solução". E naquele dia, mais do que nunca, Luciano do Valle nos ensinou de que tudo é possível em nosso país. É só querer!

Obrigado por tudo, Luciano!

Você foi e será sempre, um grande exemplo para o Brasil. 



Brasil x União Soviética - 1983 
https://www.youtube.com/watch?v=mNqku25ef8s

Brasil 3 x 1 URSS ( Vôlei no Maracanã com Luciano do Valle)

Luciano do Valle revela bastidores do jogo entre Brasil e URSS 


terça-feira, 15 de abril de 2014

Enquanto o Fred discursa o Flamengo é campeão

No último domingo, dia 13 de abril, pela manhã, o atacante Fred deu uma entrevista para o programa Esporte Espetacular da TV Globo.

No último domingo, dia 13 de abril, na tarde/noite, o Clube de Regatas do Flamengo foi Campeão Carioca de 2014.

Enquanto os sócios e torcedores do Fluminense no último domingo, tiveram como opção assistir a entrevista do Fred, os sócios e torcedores do Flamengo ficaram com a opção de comemorar o 33º título carioca. Agora são 33 para o Flamengo e o Fluminense continua com 31. Esse é o fato!

Desde que chegou ao Fluminense, Fred disputou os campeonatos cariocas de 2009, 2010, 2011, 2012, 2013 e 2014. No entanto, Fred conquistou APENAS o de 2012.

Neste período, o Flamengo conquistou três títulos, em 2009, 2011 e 2014. No mesmo período, o Botafogo venceu dois títulos, em 2010 e 2013. E o "capitão" do Fluminense, o Fred, só levantou uma taça do campeonato carioca. Enquanto o Fred faz discurso o Flamengo é campeão, amplia a diferença e sua torcida comemora.

Em busca de Iara

'Em busca de Iara'. De Flavio Frederico (Brasil, 2013).

Documentário. A vida da guerrilheira Iara Iavelberg, uma mulher culta e bela que deixou para trás uma confortável vida familiar, optando por engajar-se na luta armada contra a ditadura militar.
91 minutos. Não recomendado para menores de 14 anos.
Zona Sul. Espaço Itáu de Cinema 5: 18 h.
Praia de Botafogo, 316 - 2559-8751.

'Em busca de Iara' - trailer oficial

sábado, 12 de abril de 2014

Itália, o país do futebol

A coluna Panorama Esportivo do jornal O Globo deste sábado, dia 12 de abril, publica uma importantíssima nota sobre o Fluminense. A nota é intitulada "Flu desafia a Azzurra". Veja abaixo a nota na íntegra:


Aproveitando a paralisação do Campeonato Brasileiro para a Copa do Mundo, o Fluminense foi convidado para jogar um amistoso contra a seleção da Itália. Cinco dias antes da estreia no Mundial contra a Inglaterra, em Manaus, a Squadra Azzurra enfrentará o tricolor carioca. Será no Estadio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda, no dia 8 de junho.



                Buffon, Materazzi, Toni, Grosso e Totti. 
Gattuso, Pirlo, Camoranesi, Cannavaro, Zambrotta  e Perrotta.

SQUADRA AZZURRA TETRA CAMPEÃ MUNDIAL DE FUTEBOL
                            1934 - 1938 - 1982 - 2006


Diante da notícia da realização da partida entre o Fluminense e a Seleção da Itália, cabe uma reflexão sobre os italianos em nosso país. A imigração italiana no Brasil teve como ápice o período entre 1880 e 1930. Neste período, a nacionalidade que mais imigrou para a América Latina foi a italiana, superando os espanhóis e os portugueses. Dos 11 milhões de imigrantes que foram para a América Latina, 38% eram italianos, 28% eram espanhóis e 11% portugueses. Durante a década de 1950 também vieram muitos italianos, embora em uma proporção inferior ao período anterior.

Os ítalo-brasileiros são descendentes do enorme contingente de imigrantes italianos que chegaram ao Brasil. Os ítalo-brasileiros espalharam-se pelos estados do Sul e Sudeste. A embaixada italiana no Brasil estima que, em 2013, viviam no país cerca de 30 milhões de descendentes de imigrantes italianos (cerca de 15% da população brasileira). Os ítalo-brasileiros são a maior população de oriundi (descendentes de italianos) fora da Itália. A contribuição dos italianos é enorme em todos os setores da sociedade brasileira.

Ao contrário do que aconteceu no restante do Brasil, no Rio os imigrantes italianos eram majoritariamente urbanos, trabalhando principalmente na indústria e no comércio. No início do século XX, viviam no estado 35 mil italianos, a grande maioria na cidade do Rio de Janeiro. Sendo a capital do Brasil a cidade oferecia uma série de alternativas.

Atualmente, vivem no Rio de Janeiro cerca de 600 mil italianos e descendentes, o que significa 4% da população do estado. Os italianos que chegaram ao Rio se diferenciavam, pois eram principalmente meridionais, oriundos das províncias de Cosenza (Região da Calábria), Potenza (Região da Basilicata), e Salerno (Região da Campania). E em número menor, também de Nápoles (Região da Campania), Caserta (Região da Calábria) e Reggio Calabria (Região da Calábria).

A imigração italiana para o Brasil foi um dos maiores fenômenos imigratórios já ocorridos. O Brasil modificou muito os seus costumes com estes imigrantes. Católico e latino, o imigrante italiano assimilou-se no Brasil mais facilmente - por exemplo - que alemães e japoneses. Contudo, o Talian é a segunda língua mais falada no Brasil, após o português. É uma variante da língua vêneta (do norte da Itália), falada no Sul do Brasil, nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Estimativas apontam em 500 mil o número de pessoas que usam essa língua atualmente no Brasil.

De acordo com as leis italianas, não há diferença jurídica entre um italiano nascido na Itália ou no estrangeiro. No ano de 2003, segundo o Ministero degli Esteri (Ministério dos Negócios Exteriores ou Relações Exteriores), há 284.136 cidadãos italianos no Brasil. A maioria destes, são cidadãos ítalo-brasileiros, visto que a Itália propicia a "cidadania italiana" para os descendentes. Em São Paulo estão inscritos no Consulado 154.546 cidadãos italianos, no Rio de Janeiro 38.736, em Porto Alegre 37.728, em Curitiba 30.987 e em Belo Horizonte 13.769. Nas eleições italianas de 2006, os italianos no estrangeiro puderam participar. No Brasil, 62.599 cidadãos italianos votaram.

O milagre econômico italiano (il miracolo economico) é o nome usado por historiadores e economistas para denominar o período de crescimento econômico da Itália, desde o final da Segunda Guerra Mundial até os anos 1960. Mas especialmente entre 1950 e 1963. Este momento da história italiana representou um período de desenvolvimento econômico, transformando uma nação pobre e rural, em uma grande potência econômica e industrial. E a qualidade de vida melhorou muito para a grande maioria da população. Diante disso, os italianos não tinham mais necessidade de saírem de seu país como no passado.

Aos torcedores e sócios do Fluminense, especialmente aos mais jovens, é importante destacar que, muitos destes humildes imigrantes italianos que chegaram ao Rio de Janeiro, adotaram o Fluminense como o seu "Clube do coração". Os italianos que se fixaram no Rio foram responsáveis pela popularização do Fluminense na cidade e no Brasil. Desde as primeiras décadas do século XX, vários italianos empunhavam a bandeira do Fluminense em suas bancas de jornal (atividade majoritariamente exercida por italianos no Rio no passado). Um dos times mais vitoriosos da história do futebol do Fluminense, contou com dois jogadores que contribuíram muito para o fortalecimento da identificação dos italianos com o aristocrático clube das Laranjeiras: Algisto Lorenzato, o "Batatais" e Romeu Pelliciari.

Muito se fala sobre a semelhança das cores do Fluminense e da bandeira italiana. Sim, é claro que isto contribuiu muito para a adesão maciça dos italianos ao Fluminense. Mas não apenas isso. O imigrante italiano chegava ao Brasil com o intuito de trabalhar, prosperar e e melhorar de vida com suas famílias. O Fluminense em sua trajetória foi um grande exemplo e sinônimo de disciplina, organização, sucesso, tradição e vitória. Estes fatores foram determinantes para fascinar a imensa maioria dos italianos que chegavam à capital do Brasil.

Atualmente, em nosso país se fala muito em internacionalizar a "marca" (na verdade, o correto é a História) dos clubes de futebol. Porém, existem várias formas de se fazer isso. Em alguns casos não é necessário nem sair do Brasil para se fazer isso. Estabelecendo apropriadas correlações identitárias é possível avançarmos neste sentido sem a necessidade de se gastar muitos recursos. Mas para isso é preciso especialização, iniciativa e alguma criatividade.

Caso seja aceito e confirmado o convite da Seleção da Itália (que enche de orgulho e emociona todos os tricolores, em especial os oriundi), este sim será um gigantesco passo dado pelo Fluminense - nos últimos anos -, no sentido de internacionalizar a sua história (ou "marca" como queiram os simpatizantes da linguagem de mercado). Como o Brasil, "a Itália é o país do futebol". Uma grande parte dos 60 milhões de italianos "respiram futebol" diariamente de forma igual como os brasileiros. Achar que os brasileiros gostam mais de futebol do que outros povos é achar que o nosso país é o centro do universo quando na verdade ele está muito longe de deixar de ser periferia. Como o Brasil pode ser considerado o país do futebol, se na maior parte das pesquisas de opinião sobre o "time de maior torcida", em primeiro lugar aparece sempre os que "não torcem por clube algum"? Isso não ocorre na Argentina  (país vizinho do Brasil que também possui enorme colônia italianae muito menos na Itália.

Vivermos no delírio ufanista de que somos conhecidos mundialmente, não levará o Fluminense para lugar algum. Os italianos precisam saber e conhecer que existe no Rio de Janeiro uma instituição esportiva como o Fluminense Football Club. E que o Fluminense iniciou o seu processo de popularização pelo Brasil, com uma enorme colaboração da colônia italiana residente no Rio.

A realização de uma partida entre o tradicional Fluminense e a poderosa Squadra Azzurra - detentora de quatro Copas do Mundo - é um bom e grande início. Muito provavelmente, os 60 milhões de tiffosi estarão atentos acompanhando pela TV a Azzurra nas preparações rumo ao Pentacampeonato Mundial. Que seja feita uma linda festa, com direito a banda de música tocando os hinos nacionais do Brasil e da Itália. Que seja feita uma festa capaz de emocionar os milhões de tricolores - brasileiros e italianos - espalhados por todo o planeta. E de preferência uma festa com o estádio lotado.

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Pontos de reflexão aos tricolores (em especial aos membros do Conselho Deliberativo):

Em 2008, estive em São Januário para entrevistar o presidente do Vasco, Roberto Dinamite. Caminhamos junto com alguns de seus assessores pelas sociais do clube para chegarmos ao seu gabinete. Passamos por um jovem que trajava uma camisa azul da Seleção da Itália. O presidente Dinamite educadamente cumprimentou o jovem e prosseguimos. O Vasco da Gama como muitos sabem é um clube fundado por portugueses e tem o nome do heróico português. E no futebol é um traço de união Brasil-Portugal. No entanto, a camisa da Itália era usada tranquilamente em São Januário, sem problemas. Algum tempo antes deste episódio, fui barrado na sede do Fluminense usando uma camisa azul da Seleção da Itália.
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Na sede da Sociedade Sportiva Palmeiras, em São Paulo, é permitida a entrada de qualquer tipo de camisa de times (e seleções) de futebol, com exceção de times brasileiros.
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No Estádio La Bombonera do Club Atlético Boca Juniors é permitida a entrada de qualquer camisa de times (e seleções) de futebol, com exceção dos clubes da Primeira Divisão do futebol argentino (e do River Plate, obviamente, quando foi rebaixado para a Segunda Divisão).
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Não se pode pensar em internacionalizar coisa alguma, quando são estabelecidos critérios extremamente rigorosos para os visitantes de nossa casa (leia-se Clube). Alguma flexibilização é necessária e deve ser pensada para uma melhor adequação das visitas ao Fluminense. Um exemplo: o goleiro Gianluigi Buffon se quiser visitar a sede das Laranjeiras - mesmo depois de passear com seus filhos vestidos com a camisa do Fluminense numa praia do Rio - e ele estiver vestido com a camisa azul da Itália, pelas atuais normas estatutárias do Fluminense, ele será barrado. Clube grande? Pode ser. Mas, com um pensamento muito pequeno e provinciano. Enquanto o Fluminense se fecha em dogmas e questões de camisas de clubes (por causa de problemas psicológicos), clubes europeus multiplicam-se cada vez mais com dezenas e centenas de milhões de torcedores pelo mundo. Viva à Itália! Por ter feito este convite ao Fluminense. 
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Heróis da Azzurra - 1934/1938/1982/2006
https://www.youtube.com/watch?v=xTUlktX7aU8 


Hino dos Tricolores

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Fred abre guerra contra Organizadas e incendeia o Flu

Fred disse que os membros de torcidas organizadas não deveriam ameaçar pessoas de bem como ele, mas, sim, os políticos COMPROVADAMENTE corruptos. Dizendo que eles prestariam um serviço muito maior à sociedade. Será que o Fred se referia ao ex-governador de Minas Gerais, COMPROVADAMENTE corrupto? Afinal de contas, Fred é mineiro e deve saber das coisas que acontecem no seu estado. Até porque, Minas Gerais é o local preferido onde ele sempre gosta de ficar quando sofre suas intermináveis e longas contusões. Fred poderia dar nome aos bois dos políticos COMPROVADAMENTE corruptos a que ele se refere.

O Vice-Presidente de Futebol do Fluminense, Ricardo Tenório - que é respeitado por setores da oposição do Clube - deve entrar em campo "urgentemente" tomando medidas enérgicas no momento em que Fred "tenta" incendiar o Fluminense. Do contrário, teremos a definitiva e absoluta certeza de que o Fluminense atualmente é a verdadeira "Casa da Mãe Joana".

Em 22 de outubro de 1916, o Flamengo vencia um Fla-Flu nas Laranjeiras por 3 a 2. O juiz marcou um pênalti a favor do Flamengo. O batedor bateu pra fora. Depois o juiz marcou outro pênalti contra o Fluminense. O batedor cobra e, o fantástico Marcos Carneiro de Mendonça defende. O juiz manda repetir alegando que ainda não tinha apitado. O cobrador volta a bater e o imortal Marcos Carneiro de Mendonça volta a defender espetacularmente. O juiz mais uma vez manda repetir a cobrança, alegando que um jogador do Flamengo tinha invadido a área. Os jogadores tricolores começaram a protestar, dizendo que o juiz estava beneficiando o Flamengo. O juiz irredutível não voltou atrás.

Isso gerou protestos de tricolores na arquibancada e a confusão começou. Foi aí, que, Henrique Coelho Neto - o pai do Preguinho - pulou o alambrado e invadiu o campo. Depois dele, centenas de torcedores invadiram o campo. Coelho Neto foi considerado o "Príncipe dos Prosadores Brasileiros" e não um qualquer. Henrique Coelho Neto foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras ocupando a cadeira número 2.

Protagonizando este episódio, Coelho Neto é considerado por diversos historiadores como "o primeiro torcedor que invadiu um campo de futebol" no Brasil. É possível que o Fred desconheça este momento que faz parte da história dos 111 anos e oito meses da história do Fluminense Football Club. Talvez, na tese do Fred, Coelho Neto deveria ser um bandido, marginal ou desocupado.

Em sua tese, Fred diz que torcidas organizadas ganham ingressos das diretorias dos clubes. Sim. E no Fluminense uma grande liderança das torcidas organizadas é tratada muito gentilmente, quando vai receber a cota de ingressos, destinada para as organizadas. Só falta ser estendido um longo e pomposo "tapetão vermelho" para o recebimento desses ingressos. Portanto, fica aqui uma dúvida. Será que para o Fred, os senhores Peter Siemsen e Jackson Vasconcelos também devem ser adjetivados como os integrantes das organizadas? Pois, eles são os responsáveis pelo oferecimento da cota de ingressos. Mas isso, cabe ao Fred responder

Ainda na tese do Fred, ele dispara contra diretorias de clubes que fornecem transporte gratuito para as torcidas organizadas. E contra diretorias de patrocinadoras de clubes? Talvez o Fred não saiba, mas o grande fidalgo tricolor, Drº Celso Barros, já colaborou muito com várias torcidas organizadas do Fluminense. E já colaborou das mais variadas formas e não apenas com transporte.

Talvez o Fred ainda não tenha visto nas arquibancadas da torcida do Fluminense, mas inúmeras bandeiras das organizadas levam o nome UNIMED. Será que essas bandeiras das torcidas organizadas levam o nome da UNIMED só por amizade ao Drº Celso Barros?

O Drº Celso Barros já colaborou tanto com as torcidas organizadas do Fluminense, que fizeram até uma bandeira com seu rosto e seu nome. Foi uma gentil forma que encontraram de homenageá-lo. Alguns dos líderes de torcidas organizadas possuem uma ótima relação com o Drº Celso Barros. Será que para o Fred, essa ótima relação faz com que o Drº Celso Barros entre nesta lista de desocupados? Mas isso, cabe ao Fred responder.

Em 2011, o Fred deu queixa na delegacia dizendo que foi ameaçado por integrantes de torcida organizadas do Fluminense. E depois disso, qual foi a sua postura? Ele manteve algum contato com líderes de torcidas organizadas? Tirou fotos? Fez gestos simbólicos alusivos a torcidas organizadas? Isso são apenas reflexões, nada mais do que isso. Apenas reflexões. Mas imaginamos que não. Afinal, o Fred acredita que integrantes de torcidas organizadas sejam bandidos, marginais e desocupados.

Ao metralhar contra as torcidas organizadas do Fluminense, os petardos do Fred atingiram TODAS as torcidas organizadas do Brasil. E que por motivos óbvios, poderão se voltar contra ele. E talvez contra o Fluminense. Mas não existe bobo em lugar algum. E muitos tricolores já imaginam que o Fred apenas está pavimentando seu caminho para deixar as Laranjeiras após a Copa do Mundo. Ou talvez no final do ano.